Senac Moda mostra beleza de estilos diversos na Casa de Criadores

A moda aqui no Brasil é, sem dúvida, um dos setores mais vibrantes que existem. Tudo muda o tempo todo, e a mistura de culturas que a gente vê nas ruas acaba abrindo espaço para muita novidade. Mas eu sempre penso que não adianta só ter boas ideias — colocar a mão na massa é essencial, sabe? Por isso, achei muito legal o que dez estudantes do curso de Design de Moda do Senac Santo Amaro viveram recentemente. Eles participaram do Talentos Senac Moda e levaram suas criações para o desfile da Casa de Criadores, um dos palcos mais importantes pra quem está começando.

O desfile deles chamou “Mono Contradições” e foi praticamente um mergulho no inconsciente, daqueles cheios de altos e baixos que a gente sente mas nem sempre entende. As peças brincaram muito com essa ideia: tecidos tradicionais, tipo alfaiataria super elegante, apareceram misturados com texturas bem diferentes e até materiais que normalmente não veríamos em passarelas, tipo impressões em 3D ou fios reaproveitados de outras roupas. E tinha de tudo um pouco: chiffon, couro, renda, tule, miçanga, cetim… um prato cheio para quem adora detalhes.

O evento foi no Viaduto do Chá, bem no coração de São Paulo, e cada estudante mostrou coleções totalmente únicas, mesmo partindo do mesmo tema. Isso é muito interessante porque mostra como cada cabeça funciona de um jeito, né? Eu sempre acho lindo ver tanta personalidade reunida, ainda mais num lugar com tanta história.

Coleções que nasceram de questões bem reais

Teve de tudo um pouco entre as obras dos estudantes. Por exemplo, a Geovanna Menacho Ducca trouxe para o desfile uma coleção chamada “A contradição do corpo feminino”. Ela se inspirou em como o corpo da mulher já foi visto de mil formas diferentes ao longo da história — pense na diferença entre o Renascimento e o Surrealismo! Para montar os looks, ela misturou fios de cobre, crochê e tecido, criando texturas que você só entende de verdade de perto.

Sofia Wasserman tocou fundo ao falar de memórias e do que ficou perdido com o passar dos anos. A coleção dela, “Não amnésia”, fala da história do povo judeu polonês, especialmente das perdas na época do Holocausto. São temas pesados, e a moda tem esse poder de nos fazer pensar, mesmo quando a gente está só olhando uma roupa passando na passarela.

Outro exemplo super original foi da Signa, que montou a “Associação de padres, cowboys, médicos e a quem mais interessar contra o pecado e possessões demoníacas LTDA.” Olha esse nome, né? Já faz rir só de ler. Ela usou muita técnica de alfaiataria e tecidos “duros”, no sentido de solidificar mesmo, pra provocar esse choque entre tradição e o inusitado.

A Giovanna Martins Alexandre embarcou no lado mais “doido” da criatividade: “Materialização do Subconsciente” foi aquela explosão de formas e cores que nem sempre seguem regras, mas conversam entre si. Você já deve ter sentido esse comichão de querer misturar tudo, só para ver o que dá, não é?

Cacau foi pra uma vibe de energia, trazendo peças com resina e metais e uma conversa visual sobre como recebemos e emanamos sentimentos. Curioso como a moda também é um jeito de falar sobre o que vai dentro da gente — bem aquela coisa de que roupa pode levantar (ou derrubar) nosso astral.

Julia Sabino Chiarani explorou em “Ambivalência Feminina” todos os contrastes, tipo amor e desejo, autoconhecimento e confusão. As roupas mostravam desde tecidos delicados até recortes geométricos mais rígidos. Só quem já sentiu tudo ao mesmo tempo sabe como é difícil botar isso pra fora — ainda mais em forma de roupa.

O Théo Fialho se jogou no tema das roupas x o corpo. Ele fez peças que falam dessa relação que muda conforme mudamos também. Quem nunca sofreu tentando achar uma calça que sirva depois que o corpo muda? Ele usou técnicas como batik e volumes grandes, como se fosse um abraço para todos os tamanhos.

Já a Mel Brito pegou essa dualidade do passado e do futuro e desfilou peças que misturavam tecidos bem delicados como tule com couro e brilhos de miçangas. “Futuro Ancestral” tem muito esse tom de querer ir pra frente sem esquecer de onde viemos.

A Almi, com “Que abram-se os corpos”, fez um manifesto junto de roupas que abraçam as curvas de jeitos diferentes e às vezes até deixam recortes estratégicos aparecendo. Uma provocação pra gente pensar em como a sociedade lida com os corpos que fogem do padrão.

Pra fechar, Barack mostrou com “Poetas das Ruínas: Sensibilidade e Destruição” como a moda também pode ser uma forma de reconstrução por meio da tinta e de tecidos trabalhados como obra de arte.

O projeto Talentos Senac Moda de perto

Esse projeto, gente, é quase uma grande escola da vida pra quem sonha viver de moda. Ele mistura tudo: teoria, prática, criatividade, planejamento, comunicação e até o corre dos bastidores. O mais interessante é que cada aluna (e aluno) escolheu seu tema, desenvolveu os looks do zero e ainda tocou toda a parte que a gente nem imagina, tipo planejar todas as etapas antes de colocar a coleção no mundo.

E não tinha só quem desenhou: outros alunos participaram dos bastidores do desfile, ajudando a organizar modelos, roupas, tempo e tudo aquilo que a gente só vê pronto quando a passarela acende as luzes.

Eles ainda tiveram o acompanhamento de professores que realmente entendem do assunto e também de estilistas renomados que deram aquele empurrãozinho (ou puxão de orelha que toda designer já levou um dia). Aqui em casa sempre falo: o processo é tão importante quanto o resultado.

Outro ponto que achei bonito é que ex-alunos do Senac também participaram, criando para marcas já conhecidas, mostrando que esse tipo de iniciativa rende frutos pra muito além da faculdade.

No fim das contas, é bacana ver como a moda, quando encontra gente apaixonada, pode virar mais do que só roupa. É identidade, é história, é terapia, é meio de expressão. Acho que toda mulher tem um pouco de estilista aí dentro, experimentando, reinventando e dando um jeito de mostrar quem é pelo jeito como se veste. E você, também sente que a roupa pode ser um grito calado às vezes?

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