Transição capilar: como assumir seus cachos muda tudo

Toda mulher que já pensou em passar pela transição capilar sabe o quanto esse processo mexe não só com o cabelo, mas com muita coisa dentro da gente também. Não é só sobre mudar o visual, sabe? É se olhar de verdade e se permitir redescobrir. Tem dias que você acorda empolgada, achando tudo lindo, e outros que só quer desistir – aqui em casa já vi isso acontecer na pele de amigas e primas.

Essa história de parar com química e deixar o cabelo natural crescer vem carregada de significados. Muita mulher sente que está dizendo “chega” para aquela pressão de alisar o tempo todo, como se só assim a gente fosse bonita ou elegante o bastante. E olha, é libertador quando começamos a perceber que nosso cabelo natural é, sim, poderoso e faz parte da nossa história.

Mas não vou mentir: tem hora que bate aquele medo. A sensação de ficar com o cabelo “meio termo”, metade natural, metade alisado, é diferente de tudo. Parece que ninguém entende, todo mundo opina… E aquela insegurança aparece forte, principalmente se a família é mais tradicional ou quando alguém faz um comentário atravessado.

É aquela coisa que só a gente entende — só quem passa sabe como é desafiador, mas também recompensador.

O que é a tal da transição capilar?

Na prática, a transição capilar acontece quando você decide parar de usar produtos pra alisar o cabelo e deixa ele crescer do jeitinho que ele é. Aos poucos, as duas texturas — a parte alisada e a parte natural — ficam convivendo na mesma cabeça. Para algumas mulheres, é preciso ter um tiquinho de paciência extra, porque ver o cabelo assim pode incomodar no começo.

Muita gente resolve cortar tudo de uma vez logo que tem coragem (o chamado “big chop”), mas também tem quem prefira ir aos poucos, cortando só as pontas conforme o cabelo natural vai crescendo. Aqui em casa, já vi as duas experiências acontecerem. Você já sentiu isso também, né? Tem aquela ansiedade de ver logo o cabelo todo natural, mas também um friozinho na barriga.

A força do cabelo natural: identidade e resistência

Assumir o cabelo crespo ou cacheado, principalmente para mulheres negras, é se reconectar com suas raízes e um ato de autoconhecimento. Afinal, a gente cresceu ouvindo que cabelo liso era mais bonito, adequado e até profissional. Por muito tempo tentaram apagar nossa beleza natural e impor um padrão que não tem nada a ver com a gente.

Quando alguém decide mostrar o cabelo natural para o mundo, é praticamente um grito de liberdade. Isso vai muito além de vaidade: é sobre dizer “sim” para si mesma, se amar do jeito que é e inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo.

Como é o processo da transição capilar?

Não tem uma regra fixa. Tem transição que dura meses, outras podem demorar anos, depende do ritmo do seu cabelo e das escolhas que você faz. Algumas etapas marcam esse caminho:

  • Corte químico ou Big Chop: quando bate aquela coragem de cortar toda a parte alisada de uma vez. Dá medo, mas é libertador para muita gente.
  • Conviver com duas texturas: olha, esse é um dos desafios mais grandes. Tem dias que o cabelo parece impossível de arrumar. Uma boa dica é testar texturizações — coquinhos, twists, usar bigudinho… Tudo vale para disfarçar e deixar os fios mais uniformes.
  • Redescoberta do espelho: ver o próprio cabelo natural pela primeira vez em muitos anos pode ser emocionante e estranho ao mesmo tempo. A autoestima dá uma volta enorme nessa hora.

Dicas de cuidados durante e depois da transição

O cabelo em transição exige mimo dobrado, não tem outro jeito! Não adianta querer pular essa parte. Algumas dicas que funcionam:

  • Hidratação sempre: a química costuma ressecar demais, então caprichar na água, máscaras e misturinhas ajuda bastante. Eu mesma costumo fazer umectação com óleo de coco toda semana.
  • Cronograma capilar: alternar hidratação, nutrição e reconstrução faz milagre. Se nunca tentou, vale pesquisar sobre isso e se organizar em casa.
  • Evite fontes de calor: secador e chapinha só vão enfraquecer ainda mais os fios. Nessa fase, quanto menos calor, melhor!
  • Texturização: técnicas simples, como coquinhos e twists, salvam o visual nos dias mais difíceis.
  • Produtos certos: cremes e óleos específicos para cabelos cacheados ou crespos mudam tudo. Tem muita opção boa hoje em dia, não precisa gastar rios de dinheiro.

A autoestima agradece

O mais bonito nessa jornada é ver como a autoestima floresce junto com cada cachinho novo. Muitas mulheres só percebem o quanto se limitavam depois que vão ganhando confiança com o próprio cabelo, do jeito que sempre foi.

É muito legal perceber, no dia a dia, meninas e mulheres se sentindo mais seguras, bonitas e podendo ser referência para quem está começando a trilhar esse caminho. Um simples comercial de TV ou uma professora de cabelo natural já fazem diferença para as próximas gerações.

Exemplo para as crianças que vêm por aí

Assumir o cabelo natural também ganha um valor enorme para quem tem filhos, sobrinhos, afilhados. Mostrar que tudo bem ser quem a gente é, que cabelo crespo não é problema, é um presente afetivo e uma sementinha para o futuro. Com o tempo, isso vira orgulho e deixa marcas lindas.

Cabelo é identidade, não prisão

No fim, o mais importante é entender que essa escolha é sua. Ter cabelo natural não é moda, é reencontro. Vale para quem quer deixar, e vale também para quem um dia decidir alisar de novo — desde que seja por vontade própria. O segredo é cuidar de si com carinho, respeitar sua história e não agir para agradar ninguém, a não ser você mesma.

E lembre: cada jornada é diferente, cheia de altos e baixos. Mas tem beleza do início ao fim.

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