Moda, imigração e raízes: o que rolou no Concerto da Serra Gaúcha

Sabe quando a gente sente aquele clima gostoso de novidade e conexão? Pois foi exatamente assim que ficou o ar em Caxias do Sul durante o Concerto de Moda da Serra Gaúcha. Nem parece que já chegamos à terceira edição – o evento cresceu de tal jeito que virou referência na região, reunindo mulheres de todos os estilos, gerações e histórias para conversar sobre moda, cultura e até nosso jeito de viver.

O festival durou a semana toda, mas parece que passou num piscar de olhos. Teve palestra, mostra de fotos, documentário e, claro, os tão esperados desfiles no fim de semana, que foram o grande acontecimento. Não tinha como sair de lá sem sentir aquele orgulho de ver tanta gente celebrando a diversidade da nossa região.

Posso falar? O que mais chamou atenção, além dos looks lindos, foi esse clima de acolhimento. Sabe quando você sente que até quem não costuma acompanhar moda se sente à vontade e participa? Aqui em casa, pelo menos, é assim: quando algo é feito para todos, todo mundo se anima a ir. E foi exatamente essa a ideia do festival, deixar a moda mais próxima das pessoas, mostrando que todo mundo cabe nesse universo.

Moda que conta histórias

No sábado, os desfiles tomaram conta do Parque Cinquentenário. Primeiro, veio o “Marcas do Tempo”, que emocionou bastante gente com peças das marcas Gida Malhas, Biamar, Montefina e Melissa. As roupas faziam homenagem às várias imigrações que formaram a identidade da moda daqui. Eu mesma achei emocionante ver como cada detalhe remetia a uma parte da nossa história – parece que cada tecido guarda uma lembrança das mulheres da nossa família, sabe?

Em seguida, no desfile “Solo”, o foco mudou para criadores locais. Martina Cambruzzi, NêgaNagô, Rachi Vanin, Camitcha e B.Bag mostraram aquele trabalho feito com carinho, dado pra ver no olhar de quem assiste. Olha, ver essas marcas sendo reconhecidas é algo que motiva até quem tá começando.

Pra fechar a noite, o upcycling ganhou destaque com a collab entre Ratazoni e o artista Monty – sempre bom ver moda sustentável entrando em pauta de um jeito leve, sem aquele tom pesado ou distante. Teve música, teve energia e aquele tipo de espetáculo que faz a gente sair inspirado.

O valor das nossas raízes

No domingo, a programação foi ao Monumento Nacional ao Imigrante, que já tem um clima todo especial. O desfile “Antes de Todos, Nós” trouxe para a conversa algo super importante: a diferença entre imigração e colonização, dando voz aos povos originários. É aquela coisa que só quem vive aqui entende direitinho. A gente cresce ouvindo histórias de família, mas também precisa lembrar dos povos que já estavam por aqui antes de tudo.

Nesse clima, representantes da aldeia Kaingangue Fosá deram início ao evento de domingo e também encerraram a programação, trazendo uma energia de respeito pelas nossas raízes. As marcas Izabel Peteffi Basso, Vivian Boff Atelier e Atelier Lôla Salles emocionaram, mostraram criações autorais e arrancaram muitos aplausos. Dá um orgulho danado ver mulheres sendo reconhecidas assim, não é?

Moda acessível e cheia de significado

O mais bonito é perceber como a moda se transforma em algo acessível, saindo daquele lugar restrito só para alguns poucos. No festival, qualquer pessoa podia parar e olhar, conversar, refletir sobre sua própria relação com a roupa e a história que carrega. Já passei por isso e sei como é bom se sentir representada.

Além dos desfiles e das rodas de conversa, rolou debate sobre sustentabilidade e moda como ferramenta de identidade. No dia a dia, às vezes a gente nem pensa no impacto que uma escolha simples – como dar uma nova vida pra uma peça antiga – pode ter. O evento deixou claro que a moda daqui vai muito além das tendências: ela é sobre memória, diversidade, respeito e possibilidades.

Foi uma semana pra guardar na lembrança. Quem participou saiu com aquela sensação boa de pertencimento, como num abraço coletivo cheio de cor e propósito. E cá entre nós, é isso que no fundo todo mundo busca, né?

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