Como Pamela Lima saiu de Itaquera e conquistou a moda em Nova York

Tem gente que olha para a Pamela Lima desfilando mundo afora e nem imagina o tanto de coisa que ela já enfrentou. Imagina só, sair lá de Itaquera, na zona leste de São Paulo, e hoje estar brilhando nos maiores palcos da moda internacional. Aos 30 anos, ela já é modelo, artista plástica, comunicadora… e ainda assim não esquece de onde veio nem do propósito de inspirar meninas a sonharem mais alto.
Desde pequena, Pamela já tinha aquela inquietação gostosa, sabe? Aquela vontade de ir além do que estava ao redor. Ela conta que sempre foi muito curiosa, corajosa, e sentia que precisava descobrir o que existia do outro lado da periferia. Às vezes, é esse sentimento que todas nós já tivemos – de querer algo maior do que parecia possível. E olha, que história bonita de alguém que ouviu esse chamado e não abaixou a cabeça.
Mas a verdade é que o começo nunca é fácil, né? Pamela se apaixonou por moda cedo, só que o início foi cheio de obstáculos. Teve preconceito, rejeição, e situações nada bonitas. Já pensou ouvir conselho para não pegar sol porque sua pele poderia escurecer? Ou alguém dizer que seu cabelo “não se encaixa”? Quem é preta sabe bem o que é passar por isso. Ela mesma diz que foram essas experiências que ensinaram a valorizar quem é de verdade e a lutar por mudanças nesse mercado.
Quando fez 22 anos, Pamela fez aquela aposta total em si mesma. Mudou o visual, abraçou a transição capilar (quem já passou sabe a coragem que é) e assinou com uma agência grande de São Paulo. Com isso, chegou a Milão, Paris, Londres, Nova York. Hoje, ela já trabalhou para marcas de peso – tem Bulgari, Natura, Samsung, Braé, Champion e várias outras. Fora os desfiles nas semanas de moda que a gente só vê pelo Instagram e suspira.
Arte para virar o jogo
Pamela não ficou só nas passarelas, não. Na pandemia, ela aproveitou para mostrar um outro lado dela: o de artista plástica. Lançou um projeto super a sua cara, chamado “Yes, I’m the Giraffe!”. Sabe aquelas cicatrizes e marcas que às vezes a gente morre de vontade de esconder? Então, ela transformou tudo isso em arte acrílica, misturando moda e sentimento. Um jeito de mostrar que dá para ressignificar a dor, deixar mais leve e bonito – e, olha, tem inspirado muita gente que passa por situações parecidas. As obras dela já foram parar até em restaurante em plena Times Square!
Inspiração pra quem sonha alto
O que mais me encanta é como ela faz questão de dividir a trajetória para inspirar outras mulheres – principalmente as mais jovens. Pamela conversa de igual para igual nas redes sociais (@lima.pam), mostrando bastidores de trabalho, a correria, e até momentos mais simples do dia a dia mesmo. Sabe aquela sensação de ver alguém que te representa? Ela faz questão de mostrar que não foi fácil, mas que persistir vale a pena.
Pamela fala direto que ser mulher preta na moda nunca foi moleza. Sempre disseram que ela não era “adequada”, o tal padrão que a gente vê ser questionado mais agora. Mas é isso: o diferente é o que faz a gente única. Ver alguém como ela ocupando espaço tão importante abre um sorriso no rosto de quem também sonha em ser reconhecida e valorizada.
A história da Pamela, indo de Itaquera ao estrelato internacional, mostra de um jeito muito real que não basta talento – tem que ter força, fé e aquela teimosia boa de quem não sabe desistir fácil. Aqui em casa mesmo, a gente costuma dizer que quando uma mulher conquista espaço, abre caminho pra tantas outras. Acho que é exatamente esse o legado dela.