Uma chance real para mulheres negras brilharem na moda

Quando a gente pensa em moda, logo vem aquela imagem de passarela dos sonhos, roupa linda e estilista famoso, né? Só que, no dia a dia, parece que pouca coisa muda pra quem é mulher negra ou afro-indígena, principalmente se mora longe do centro e não vê muita gente parecida nos espaços de criação. Daí, olha só que notícia boa: o Fundo Agbara decidiu fazer diferente com o Programa Asa Dudu, uma iniciativa novinha pra transformar esse cenário.
Vou te contar como funciona: são 30 mulheres, todas da Grande São Paulo, que vão ter a chance de passar por uma jornada de aprendizado super intensa — são 68 horas de atividades, mentoria e até encontros especiais com gente renomada do mundo da moda. Já imaginou bater papo sobre criatividade, negócios, identidade e autoexpressão com quem vive disso há anos? Eu já participei de experiências assim, e vou te dizer: faz toda a diferença na forma como a gente enxerga nosso próprio potencial.
Na prática, dessas 30 mulheres, 10 ainda vão pra uma segunda etapa mais intensa. Nessa fase, rola formação técnica aos sábados, conhecimento sobre moda de verdade e aquela parte que muita gente teme — o tal do plano de negócios. Só que tudo com apoio de quem sabe o caminho das pedras. E pra fechar com chave de ouro, cada participante monta sua coleção exclusiva, que vai ser apresentada num desfile pra lá de especial, aberto ao público e a uma banca que entende do assunto.
E sabe aquele medo de faltar recurso pra continuar? O programa já pensou nisso: além de cobrir custos de participação, cada uma das 10 finalistas recebe R$ 5.000 pra investir na produção da coleção autoral. Isso é o tipo de apoio que, pra quem batalha pra manter um pequeno ateliê ou vive fazendo tudo sozinha, muda muita coisa. Aqui em casa eu sempre vejo como até uma verba extra dessas ajuda a tirar sonhos do papel e faz a diferença até no fim do mês.
Uma coisa que achei sensacional também é a escolha de quem ajuda a guiar o programa. A Mônica Anjos, estilista cheia de reconhecimento por levantar a bandeira da valorização afro-brasileira, está nessa junto com o Ateliê TRANSmoras, coletivo que mistura moda, arte e ativismo pensando nas pessoas trans e da periferia. Isso deixa tudo mais amplo e democrático, do jeitinho que tem que ser pra ter inclusão de verdade.
Ah, e se você ficou animada, já checa se pode se inscrever: o programa busca mulheres que sejam negras ou afro-indígenas, com marca própria, CNPJ ativo, produção autoral e pelo menos um ano de atividade. Dá prioridade pra quem vive de 1 a 3 salários-mínimos por mês, pra mães-solo e para mulheres trans. Ou seja, pensa numa seleção que realmente quer acolher quem mais precisa de oportunidade.
Como o Asa Dudu funciona na prática
O processo começa com aquelas 68 horas de formação — pode parecer muito, mas voa quando é mão na massa. As mulheres selecionadas recebem orientações sobre criação, aprendem a pensar o negócio como empreendimento, conversam sobre vários temas importantes e ainda conhecem lideranças do ramo. Sabe aquele tipo de aprendizado que a gente gostaria de ter tido lá no início do sonho? Então, é isso.
Depois, a segunda fase vem afunilando e desenvolvendo ainda mais o talento de quem ficou. Aos sábados, o grupo se aprofunda em técnicas de moda e gestão, aprende a construir um plano de negócios sólido, e desenha uma coleção do zero, pronta pra ganhar o mundo. E é um verdadeiro espetáculo quando todas se reúnem pro desfile final.
Já passei por programas parecidos (mas nunca vi tanta representatividade junto assim) e sei o quanto esses encontros mudam não só a vida profissional, mas também a autoestima. Sair daquele lugar do “será que eu posso?” pra “claro que eu consigo” é transformador.
Quem pode se inscrever e detalhes importantes
O prazo vai até 21 de fevereiro de 2025, e só pode participar quem é mulher negra ou afro-indígena, tem CNPJ próprio, sabe costurar e cria as próprias peças. O convite é para moradoras da cidade de São Paulo ou regiões metropolitanas, e as marcas que tiverem foco social ou cultural ganham ainda mais chance. Só não vale deixar pra última hora, porque a procura costuma ser grande nessas iniciativas e todo mundo merece ter essa oportunidade de ouro.
E olha, mesmo se não for pra você nesse momento, vale compartilhar com amigas e conhecidas que se encaixem — nunca se sabe o quanto aquele simples envio pode ser o empurrãozinho que faltava na vida de alguém, né? É aquela coisa que só a gente entende quando vive na pele.
Esses programas dão espaço, criam rede e mostram que a moda pode ser real, diversa e do nosso jeito. Se bateu aquela vontade, se joga.