Bebês reborn viram alvo de polêmica e agora estão na mira do Congresso; entenda o motivo

Nos últimos dias, um assunto inusitado tomou conta das redes sociais e chegou até o Congresso Nacional. Os bebês reborn, bonecas feitas com aparência extremamente realista, estão sendo usados por algumas pessoas como se fossem crianças de verdade. Esse comportamento chamou a atenção de muitos usuários e acabou provocando discussões acaloradas sobre os limites da fantasia e da vida real.
Vídeos compartilhados em plataformas como TikTok e Instagram mostram adultos levando essas bonecas a consultas médicas, passeios e até filas de prioridade. Embora alguns enxerguem a prática como inofensiva, outros questionam o equilíbrio emocional de quem trata os brinquedos como filhos. A reação foi tão intensa que ultrapassou os limites das redes e virou tema de proposta de lei no Congresso.
O que chama mais atenção é que algumas pessoas estariam tentando usar os bebês reborn para obter vantagens indevidas, como prioridade em serviços destinados a mães e crianças. Essa atitude despertou críticas e levantou questionamentos sobre o uso desses brinquedos em espaços públicos. O debate, que começou como uma curiosidade online, evoluiu para uma discussão sobre responsabilidade social.
Diante da repercussão, um projeto de lei foi apresentado para punir quem tentar usar esses bonecos com o objetivo de enganar ou tirar proveito de benefícios que pertencem exclusivamente a famílias com crianças reais. O Congresso agora discute se deve ou não transformar essa medida em lei, com penalidades que podem chegar a vinte salários mínimos.

Você vai conferir:
O que são os bebês reborn, afinal?
Essas bonecas surgiram no início dos anos 2000 e vêm sendo aperfeiçoadas desde então. Feitas com materiais como vinil ou silicone, elas imitam recém-nascidos com riqueza de detalhes. Algumas chegam a simular batimentos cardíacos, respiração e até choros suaves. Há modelos que reproduzem traços específicos, como síndrome de Down, o que aumenta ainda mais o realismo.
Boa parte dessas criações é artesanal. Os cabelos são implantados fio a fio com pelo de cordeiro, e o acabamento da pele recebe camadas de tinta para reproduzir manchas, veias e até marcas de nascença. O resultado final impressiona pela semelhança com bebês reais, tanto na aparência quanto no peso e na textura da pele.
Os preços variam bastante. É possível encontrar versões mais simples por cerca de R$ 750, mas os modelos mais sofisticados podem ultrapassar os R$ 90 mil. O público é diverso: há colecionadores, pessoas em luto, e até quem use os bonecos por razões terapêuticas. Porém, o uso excessivo ou inadequado pode gerar preocupações legítimas sobre a saúde mental de quem os utiliza.
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O que diz o projeto de lei sobre o uso indevido?
Diante dos casos de pessoas tentando furar filas ou obter atendimento preferencial usando os bonecos, foi apresentada uma proposta na Câmara dos Deputados em maio de 2025. O texto estabelece multas para quem se aproveitar do realismo dos bebês reborn para simular maternidade e usufruir de direitos exclusivos de mães com filhos pequenos.
Se aprovado, quem infringir as regras pode pagar multa de até vinte salários mínimos. A ideia é impedir que haja confusão nos serviços públicos e evitar prejuízos às mães que realmente precisam da prioridade. Além disso, a proposta visa reforçar a seriedade no uso de políticas públicas voltadas à infância.
Por ora, o projeto ainda será debatido em comissões e depois poderá seguir para o Senado. Só então, se aprovado em todas as etapas, será sancionado pela Presidência. Até lá, o assunto segue dividindo opiniões, especialmente porque há quem veja a medida como exagerada, enquanto outros acham que se trata de bom senso e proteção ao bom uso dos direitos sociais.
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Esse tipo de comportamento pode afetar a saúde mental?

O uso dos bebês reborn em situações do dia a dia levanta dúvidas sobre a fronteira entre hobby, afeto simbólico e dependência emocional. Psicólogos alertam que, em alguns casos, a pessoa pode estar tentando lidar com traumas ou lutos de maneira solitária, sem apoio profissional. Embora o uso dos bonecos não seja, por si só, sinal de problema, o contexto faz toda a diferença.
Para alguns, o boneco serve como conforto emocional e ajuda a preencher um vazio afetivo. Isso é válido, principalmente quando aliado a acompanhamento psicológico. No entanto, a linha entre o uso terapêutico e a fuga da realidade pode ser tênue, principalmente quando o objeto passa a substituir relações sociais ou responsabilidades reais.
Por essa razão, o tema exige sensibilidade. Nem todo uso dos reborn representa risco, mas é importante acompanhar os sinais. Quando há prejuízo na vida social, no trabalho ou nos relacionamentos, o alerta deve ser levado a sério. O debate no Congresso, embora focado em aspectos legais, também reflete a complexidade emocional envolvida.
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