3 regras de ouro para sobreviver às férias com os filhos em casa

As férias escolares chegaram. Para as crianças, é o período mais mágico do ano: dias de liberdade, sem horários, sem dever de casa. Para os pais que trabalham, no entanto, essa mesma magia pode rapidamente se transformar em um verdadeiro “inferno” doméstico.
A casa vira um campo de batalha, a frase “mãe, estou com tédio” ecoa como um mantra, e a rotina de trabalho se mistura com uma maratona para entreter os filhos.
Em meio a esse caos, surge a grande vilã e, ao mesmo tempo, a salvadora: a tela. O celular, o tablet, a televisão. Nós entregamos os aparelhos para as crianças para conseguir um momento de paz, uma hora de silêncio para participar de uma reunião ou simplesmente para não enlouquecer.
E, junto com a paz, vem ela, a culpa. A culpa de que nossos filhos estão passando tempo demais no mundo digital.
Mas, e se eu te dissesse que a principal dica dos especialistas para sobreviver a esse período não é criar uma agenda de atividades digna de um resort de luxo, mas sim… pegar mais leve com você mesmo?
E se a chave para a paz nas férias for, na verdade, flexibilizar as regras e, principalmente, abandonar a culpa?
A regra de ouro é flexibilizar as regras
A primeira e mais libertadora dica dos especialistas, como a educadora parental Priscilla Montes, é entender que as férias são um período de exceção. Portanto, as regras também precisam ser. Tentar manter a mesma rigidez dos dias de aula é a fórmula para o estresse e para as brigas.
- A Anistia das Telas: Sim, você pode (e talvez deva) aumentar um pouco o tempo de tela dos seus filhos. Não se culpe por isso. O importante é combinar os limites e, sempre que possível, participar com eles, transformando o momento em uma conexão.
- A Anistia da Rotina: É normal que os horários de dormir e de acordar fiquem um pouco mais bagunçados. Não se estresse tentando manter uma rotina militar. O importante, segundo os especialistas, é apenas retomar o ritmo uns dias antes da volta às aulas.
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Como criar conexão sem sair de casa nas férias
A qualidade do tempo que vocês passam juntos vale muito mais do que a quantidade. Você não precisa de um roteiro mirabolante para criar memórias. A “fábrica de memórias” pode funcionar dentro da sua própria casa.
- Envolva-os na cozinha: Chame as crianças para ajudar a preparar uma refeição simples, um bolo ou um suco. Elas se sentem úteis, aprendem sobre os alimentos e vocês criam um momento de conexão.
- Projetos de arte: Forre o chão da sala com jornal, pegue canetinhas, tintas, papéis coloridos e deixe a criatividade fluir.
- Maratona de cinema: Escolham um filme juntos, façam pipoca e se joguem no sofá. É um tempo de tela, sim, mas é um tempo de tela compartilhado, cheio de afeto.
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A ‘válvula de escape’: o poder da rua e das atividades físicas
Para gastar a energia inesgotável das crianças, a rua é a melhor “válvula de escape”. Mas não precisa ser nada complicado ou caro.
- Resgate sua infância: Leve-os para a pracinha perto de casa, para andar de bicicleta, para empinar pipa. Coisas simples, que muitas vezes nós, adultos, esquecemos o quão divertidas podem ser.
- Combine os horários: Você não precisa estar 100% disponível o tempo todo. É mais honesto e eficaz combinar com seu filho: “o papai/a mamãe vai trabalhar agora, mas, às 18h, nós vamos descer para brincar por uma hora”. Essa atenção total e prometida vale muito mais do que um dia inteiro de atenção dividida.
Lembre-se: o objetivo das férias não é realizar um cronograma perfeito de atividades, mas sim que todos — inclusive os pais — possam descansar, se divertir e, principalmente, se reconectar. E para isso, um pouco de caos e de regras quebradas não só é permitido, como é fundamental.