A ‘magia engarrafada’ dos perfumes árabes: será que eles funcionam no Brasil? Veja o teste

Você certamente já sentiu. Um rastro de perfume no ar, diferente de tudo, poderoso, que te faz virar o pescoço e se perguntar: “que cheiro é esse?”. A resposta, muito provavelmente, está na nova febre que tomou conta do Brasil: a perfumaria árabe.

Esses frascos, que parecem saídos de um conto das “Mil e uma Noites”, viraram uma obsessão nas redes sociais, com a promessa de uma fixação absurda e fragrâncias inesquecíveis.

A fama que os precede é quase mítica. Fala-se em ingredientes raros e preciosos, como o “ouro negro” da perfumaria, em cheiros que duram o dia inteiro na pele e em uma potência capaz de marcar presença em qualquer ambiente.

Uma verdadeira poção mágica para quem quer ser notado e lembrado.

Mas, como em toda tendência que explode, a dúvida paira no ar: será que essa magia toda é real ou não passa de uma boa história, uma farsa bem contada para justificar preços elevados?

Será que os perfumes árabes são realmente superiores ou é apenas o hype do momento? Fomos investigar para separar o que é feitiço genuíno do que é apenas truque.

O segredo da poção: oud, âmbar e a ‘rainha das flores’

O primeiro segredo para entender a potência de um perfume árabe está em seus ingredientes. Eles não usam as mesmas matérias-primas que a perfumaria comercial tradicional. A base deles é construída sobre verdadeiros tesouros da natureza, que são mais caros, mais puros e mais intensos.

  • Oud (ou Oudh): É a alma de muitos perfumes árabes. Conhecido como “ouro negro”, é uma resina escura e extremamente aromática, extraída de uma árvore rara. Seu cheiro é complexo, amadeirado, esfumaçado e quase animal, conferindo uma sofisticação e uma profundidade incomparáveis.
  • Rosa-Damascena: Esqueça o cheiro de rosas comum. A rosa da Arábia Saudita produz um dos óleos essenciais mais valiosos do mundo, com um aroma delicado, mas incrivelmente presente e luxuoso.
  • Âmbar e Almíscar: São os responsáveis pela famosa fixação. Essas notas quentes e densas agem como uma “cola” na pele, fazendo com que a fragrância evolua lentamente e dure por horas a fio, diferente de perfumes que “somem” em pouco tempo.

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O teste de fogo: como os perfumes se comportam na pele

Com ingredientes tão nobres, a expectativa é alta. E, segundo os testes realizados, a fama se justifica na prática. A performance dos perfumes árabes na pele é, de fato, impressionante.

A maioria deles possui uma fixação muito acima da média, durando facilmente mais de 8 horas. Além disso, a projeção — a capacidade do perfume de ser sentido à distância — também é notável. Eles não são perfumes discretos; são fragrâncias que anunciam sua chegada e deixam um rastro marcante.

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O veredito final: vale a pena o investimento?

Depois de entender os ingredientes e testar a performance, chegamos à pergunta que vale ouro: vale a pena pagar, em média, R$ 300 em um frasco? A resposta é: sim, mas com ressalvas.

  • O feitiço (a qualidade): Sim, a “magia” é real. A qualidade, a complexidade dos aromas e, principalmente, a performance de fixação e projeção são, de fato, superiores à maioria dos perfumes comerciais na mesma faixa de preço. Eles entregam uma experiência olfativa única.
  • A farsa (o preço “popular”): A única farsa é a ideia de que são perfumes baratos. Embora o custo-benefício seja excelente pela qualidade que entregam, eles não são uma opção popular. O valor de R$ 300 os coloca em uma categoria de investimento.

Os perfumes árabes não são uma farsa. São um feitiço potente, mas um feitiço que custa caro. Se você busca um perfume para o dia a dia, talvez existam opções nacionais mais em conta.

Mas, se você quer uma “arma secreta” para ocasiões especiais, um perfume para criar uma assinatura e realmente se destacar na multidão, o investimento em uma dessas “poções engarrafadas” vale cada centavo.

Informações: Gazeta de S.Paulo.

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