Colgate retira pasta de dente do mercado após reação inesperada em consumidores

O ato é um dos mais automáticos e íntimos da nossa rotina. Você acorda, vai ao banheiro e, sem pensar, coloca na escova aquele creme dental de uma marca que sua família usa há gerações. É um gesto de cuidado, de saúde, de confiança. Você acredita que aquele produto está te protegendo, limpando e cuidando da sua boca.
Mas, nos últimos meses, para milhares de brasileiros, esse ritual matinal começou a se transformar em uma sessão de tortura.
Um ardor inexplicável, uma queimação na língua, feridas que surgiam do nada, gengivas que sangravam e lábios que inchavam. As pessoas iam ao médico, ao dentista, mas ninguém conseguia encontrar a causa.
E se eu te dissesse que o culpado por trás dessa agonia toda era o próprio produto que deveria te proteger? E se um dos cremes dentais mais famosos e vendidos do Brasil estivesse, na verdade, “derretendo” a boca de seus usuários?
Após uma avalanche de relatos assustadores e uma investigação da Anvisa, a Colgate foi forçada a tomar uma atitude drástica e retirar do mercado um de seus principais produtos.
O culpado: Colgate Total 12 Clean Mint sai de linha
O vilão desta história tem nome e sobrenome: o creme dental Colgate Total 12 Prevenção Ativa Clean Mint.
Após uma suspensão inicial de 90 dias determinada pela Anvisa em março, devido ao número alarmante de reclamações, a Colgate-Palmolive anunciou oficialmente a descontinuação definitiva do produto. A empresa parou de distribuir a pasta de dente para as lojas e está retirando o que restou das prateleiras.
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Os sintomas que levaram à proibição
O que levou a uma medida tão drástica foi a gravidade e a semelhança dos relatos de consumidores por todo o Brasil. As redes sociais foram inundadas por depoimentos de pessoas que sofreram por meses sem entender a causa. Os principais sintomas relatados foram:
- Queimação e ardência insuportável na língua e na boca.
- Lesões e fissuras dolorosas, principalmente debaixo da língua.
- Inflamação e sangramento na gengiva.
- Inchaço nos lábios (edema labial).
- Aftas recorrentes.
Uma usuária relatou no Instagram da marca: “Eu tive uma ardência horrível na língua, fissuras próximo ao freio lingual e uma dor na gengiva ao ponto dela sangrar”.
Outra, que se identificou como dentista, afirmou: “Recebi várias reclamações de pacientes que também não tiveram diagnósticos conclusivos”.
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O ‘ingrediente suspeito’ e a desculpa oficial da Colgate
O que teria mudado para causar essa reação em massa? O grande suspeito é a nova fórmula do produto, lançada em 2024. Nela, a Colgate substituiu o tradicional fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho, um componente antibacteriano conhecido por ser mais potente, mas também potencialmente mais irritante para pessoas sensíveis.
Em seu comunicado oficial, no entanto, a Colgate afirma que o produto “não apresenta problemas de qualidade”. A empresa diz que a decisão de descontinuar a pasta foi tomada após uma investigação sobre os “níveis de aromatizante” do produto, uma explicação que não convenceu muitos dos consumidores afetados.
A recomendação da própria empresa é clara: se você tem esse produto em casa e sentiu qualquer um desses sintomas, suspenda o uso imediatamente e procure um dentista. A história serve como um alerta brutal de que nem sempre podemos confiar cegamente nas marcas que amamos.