Se você sente isso tem a maior chance de ter demência em breve

Imagine a cena: uma pessoa com mais de 50 anos, que sempre teve uma vida emocionalmente estável, de repente começa a apresentar um quadro de depressão, ansiedade ou alterações de humor que nunca teve antes.

A família e os médicos, naturalmente, tratam o caso como um transtorno psiquiátrico, uma crise da meia-idade ou uma consequência do estresse da vida moderna.

O foco do tratamento, então, se volta para a mente: terapia, antidepressivos, técnicas de relaxamento. Parece o caminho lógico e correto a seguir. Afinal, estamos falando de sintomas emocionais, de uma dor que, aparentemente, reside na alma.

Mas, e se essa depressão tardia não for a doença em si, mas apenas a máscara de um inimigo muito mais assustador e silencioso? E se, enquanto todos olham para os sintomas da mente, o cérebro, fisicamente, estivesse começando a “apodrecer” por dentro?

Um novo e revolucionário estudo japonês acaba de encontrar a prova de que, em muitos casos, é exatamente isso que está acontecendo.

A proteína ‘assassina’: o rastro físico da demência no cérebro deprimido

Cientistas no Japão, liderados por Shin Kurose, queriam entender por que tantos idosos com demência relataram ter tido um quadro de depressão anos antes.

Usando uma tecnologia de escaneamento cerebral de última geração (PET scan), eles foram capazes de enxergar o que estava acontecendo dentro do cérebro de pessoas com transtorno de humor tardio. E o que eles encontraram foi a “impressão digital” do Alzheimer e de outras demências: um acúmulo anormal de uma proteína chamada tau.

Essa proteína, quando se acumula, forma “emaranhados” que danificam e matam os neurônios, sendo um dos principais indicadores de uma doença neurodegenerativa em curso.

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Os números do alarme: a prova de que não é coincidência

Os resultados do estudo, publicados no prestigiado Alzheimer’s & Dementia Journal, são estatisticamente brutais e acendem um alerta vermelho para a medicina. A diferença entre os grupos analisados é gritante:

  • Pacientes com transtorno de humor tardio: Chocantes 50% deles apresentaram um acúmulo anormal da proteína tau em seus cérebros.
  • Grupo de controle (pessoas saudáveis): Apenas 15% mostraram o mesmo sinal.

A descoberta foi tão impactante que os cientistas a validaram analisando o tecido cerebral de mais de 200 pessoas em autópsias, e os resultados se confirmaram. Não se trata de uma coincidência; há uma conexão física e real entre as duas condições.

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O ‘alerta de 7 anos’: a depressão como o primeiro sintoma

A conclusão mais importante e assustadora do estudo é a linha do tempo. Ao analisar os casos, os pesquisadores descobriram que os sintomas de depressão e ansiedade apareceram, em média, sete anos antes dos primeiros sinais clássicos de demência, como a perda de memória e o declínio cognitivo.

Isso significa que a depressão tardia pode não ser apenas um fator de risco, mas sim o primeiro sintoma visível da doença neurodegenerativa, a “fumaça” que aparece muito antes do “incêndio” tomar conta. Como afirmou o Dr. Kurose, “doenças neurodegenerativas podem se manifestar, inicialmente, com sintomas psiquiátricos”.

Essa descoberta pode revolucionar a forma como diagnosticamos a demência, permitindo que médicos e famílias fiquem em alerta e busquem intervenções anos antes do que era possível até hoje.

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