Férias escolares com riscos que muitos ignoram para os filhos

As férias escolares chegaram. É a época mais esperada do ano pelas crianças: dias de liberdade, de brincadeiras, de passeios na praia, no clube, na casa da avó. É um período de risadas, de alegria e de criar memórias que durarão para sempre.

Para os pais, é um momento de felicidade ao ver os filhos se divertindo. Mas, por trás dessa alegria, se esconde uma verdade sombria e alarmante. As férias, paradoxalmente, são também o período mais perigoso do ano para as crianças.

É quando o número de acidentes domésticos e de lazer dispara, transformando o que era para ser descanso em uma corrida para o hospital.

E os números são um soco no estômago. Um levantamento recente da Secretaria da Saúde do Espírito Santo, por exemplo, revela um cenário de guerra: só em 2024, já foram 1.244 internações de crianças por quedas, e um aumento de 23% nos casos de queimaduras em comparação com o ano anterior.

Especialistas mapearam os três grandes “inimigos” ocultos das férias, e conhecê-los é a sua melhor arma para garantir que esse período seja de paz, e não de tragédia.

Quedas e afogamentos: os riscos da distração e do silêncio

Estes são os acidentes mais comuns e, muitas vezes, os mais subestimados. Eles acontecem em um piscar de olhos, em um segundo de distração do adulto responsável.

  • As Quedas: São as campeãs de internações. O médico Alexandre Bittencourt, diretor do Hospital de Urgência e Emergência, alerta que os casos mais graves envolvem acidentes de trânsito. Crianças em bicicletas, patinetes e patins sem capacete e outros equipamentos de proteção são vítimas fáceis. Outro grande perigo são os mergulhos em locais rasos, como rios e praias, que podem causar traumas fatais.
  • Os Afogamentos: Este é o “inimigo silencioso”. Ao contrário do que vemos nos filmes, uma criança se afogando raramente grita ou se debate. O afogamento é rápido e silencioso. A supervisão de um adulto precisa ser constante e atenta em praias, piscinas, rios e cachoeiras. Um segundo de distração para olhar o celular pode ser fatal.

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As queimaduras: cozinha e churrasqueira nas férias

O aumento de 23% nas internações por queimaduras acende um alerta vermelho. E os vilões estão dentro de casa, nos momentos de confraternização.

  • A Cozinha: Durante o preparo das refeições, a cozinha se torna um campo minado. A cirurgiã plástica Rosalie Torrelio, do Hospital Infantil de Vitória, é enfática: lugar de criança não é na cozinha. Cabos de panelas virados para fora do fogão, óleo quente e líquidos ferventes são armadilhas mortais.
  • A Churrasqueira: O churrasco de fim de semana é outro foco de perigo extremo. “O risco é alto, porque as crianças podem se aproximar das brasas”, alerta a médica. E o erro mais grave dos adultos é usar líquidos inflamáveis, como álcool, para acender o fogo, o que pode causar explosões e queimaduras gravíssimas.

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O antídoto para a tragédia: o poder da supervisão

Todos os especialistas são unânimes: o único “antídoto” 100% eficaz contra a tragédia é a supervisão ativa e constante de um adulto. Os acidentes não acontecem por acaso; eles acontecem naqueles segundos de distração.

Mas há outro fator que muitos pais não gostam de admitir. O ortopedista Jansen Cuzuol revela um dado chocante: “Cerca de 50% dos pacientes vítimas de traumas ingeriram álcool em alguma quantidade”.

Em outras palavras, muitas vezes, o adulto que deveria estar supervisionando a criança está com sua atenção e seus reflexos comprometidos pela bebida. As férias podem e devem ser um momento de alegria, mas a segurança das crianças é uma responsabilidade inegociável, que não tira férias.

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