O erro que você comete em suas conversas e que te suga para um buraco negro

A cena é um clássico da frustração moderna. Você encontra um amigo, junta coragem e decide desabafar sobre um problema sério no seu trabalho, no seu relacionamento, na sua vida. Você está ali, vulnerável, buscando um ombro amigo, um ouvido atento. E, no meio da sua fala, a outra pessoa te interrompe e solta a frase: “Nossa, isso me lembra uma vez que EU…”.

Pronto. A mágica se quebrou. A partir daquele momento, a conversa não é mais sobre você. O seu problema, a sua dor, a sua história foram rebaixados a uma mera desculpa, uma ponte para que a outra pessoa pudesse falar sobre si mesma. Você, que precisava de acolhimento, acaba de ser tornado invisível.

E o pior de tudo: e se eu te dissesse que, na maioria das vezes, a pessoa que faz isso não tem a má intenção?

E que, muito provavelmente, você mesmo comete esse “assassinato de conversas” o tempo todo, sem nem se dar conta?

Um especialista em comunicação fez um alerta sobre o erro mais comum e danoso que cometemos em um diálogo, e a solução para isso pode transformar a qualidade das suas relações para sempre.

O ‘vampiro’ de atenção: o erro de transformar a dor do outro em sua história

O especialista em oratória Fernando Miralles, que acumula milhões de seguidores, é categórico: o pior erro que você pode cometer em uma conversa é redirecionar o foco para si mesmo.

Aquele impulso de responder com “eu também”, “comigo foi pior” ou “isso não é nada, deixa eu te contar o que aconteceu comigo” funciona como um “vampirismo” de atenção. Ainda que a sua intenção seja a de criar uma conexão, o que você está comunicando, na prática, é:

  • “A minha história é mais interessante que a sua.”
  • “O seu sentimento não é tão importante assim.”
  • “Agora, vamos falar sobre mim.”

Essa atitude, segundo Miralles, revela falta de empatia, desequilibra o diálogo e impede que a troca seja genuína.

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A ‘cura’ para o egocentrismo: a arte de fazer perguntas (em vez de dar respostas)

Se o “veneno” é falar sobre si mesmo, qual é o antídoto? A resposta é simples e, ao mesmo tempo, revolucionária: pare de tentar dar respostas e comece a fazer perguntas. A chave para se conectar de verdade com alguém é praticar a escuta ativa. Isso significa:

  1. Calar o seu ego: Entenda que, naquele momento, a história não é sua. Sua função não é ser o protagonista, mas o coadjuvante que ajuda o outro a se expressar.
  2. Ter curiosidade genuína: Em vez de pensar na sua própria experiência, se interesse pela do outro.
  3. Fazer perguntas abertas: Use perguntas que convidem a outra pessoa a se aprofundar, em vez de dar respostas de “sim” ou “não”. Por exemplo:
    • “Nossa, e como você se sentiu com isso?”
    • “E o que você está pensando em fazer a respeito?”
    • “O que aconteceu depois disso?”

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A ‘chave mestra’ de Stanford: a frase de 3 palavras que muda tudo

Para quem quer uma ferramenta ainda mais simples e poderosa, o professor Matt Abrahams, da prestigiosa Stanford Business School, revela a “chave mestra” da comunicação empática.

A frase que, segundo ele, tem o poder de aprofundar qualquer conversa e de fazer a outra pessoa se sentir verdadeiramente ouvida e valorizada. A frase é:

“Conte-me mais.”

É um convite. Uma porta aberta. Uma demonstração de que você está ali, 100% presente e interessado. Em um mundo onde todos estão desesperados para falar, o verdadeiro superpoder é saber escutar.

E parar de cometer o “assassinato” de conversas é o primeiro passo para construir relações muito mais profundas, verdadeiras e humanas.

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