Mulheres novas podem ter que pagar mais caro para tirar CNH?

A obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sempre foi um momento aguardado por muitas pessoas, mas agora, uma nova regra está mudando a forma como esse processo acontece. A partir de 2025, a exigência do exame toxicológico será ampliada para todas as categorias de CNH, incluindo as categorias A (moto) e B (carro particular).

Isso traz uma série de questionamentos, principalmente sobre como essa medida impactará o custo para obter ou renovar a habilitação, especialmente para as mulheres.

O exame toxicológico, que já era obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, agora se estende para uma parte considerável da população que, até então, não precisava passar por esse procedimento. Mas, por que essa mudança acontece?

E, mais importante, quem são as pessoas que mais sentirão os efeitos dessa medida? Vamos entender tudo sobre a nova regra e o que ela significa para o futuro da obtenção da CNH no Brasil.

Mudanças nas regras da CNH podem impactar seu bolso, seja mulher ou homem; entenda o que está acontecendo e tudo que é preciso saber.
Mudanças nas regras da CNH podem impactar seu bolso, seja mulher ou homem; entenda o que está acontecendo e tudo que é preciso saber – Foto: Jeane de Oliveira / Rotina Inspirada.

Exame Toxicológico: Uma nova exigência para todas as categorias de CNH

A principal mudança que está gerando polêmica no setor de habilitação é a ampliação da obrigatoriedade do exame toxicológico. Antes, ele era exigido apenas para motoristas das categorias C, D e E, ou seja, para quem dirigia veículos de carga, transporte coletivo ou escolar.

Mas, agora, o exame se estende a todas as categorias, incluindo as A (moto) e B (carro particular). Isso significa que, a partir de 2025, todos os novos motoristas e aqueles que renovarem suas CNHs precisarão passar pelo exame.

Mas, por que essa mudança está sendo implementada? O exame toxicológico tem como objetivo identificar o uso de substâncias ilícitas ou proibidas, como anfetamina, metanfetamina, MDMA e canabinoides.

A ideia por trás dessa ampliação é garantir que todos os motoristas, independentemente da categoria da CNH, estejam aptos a dirigir com segurança, sem o risco de estarem sob a influência de substâncias prejudiciais.

A validade do exame é de 90 dias, o que significa que ele precisa ser feito com no máximo três meses de antecedência em relação ao momento da realização do exame médico para a CNH. Assim, para quem vai renovar a habilitação, é preciso se organizar para realizar o exame dentro dessa janela de tempo.

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O impacto financeiro do exame toxicológico

Agora, surge uma dúvida importante: como essa nova exigência impactará o custo para tirar ou renovar a CNH? O exame toxicológico não é barato e, para as mulheres, esse custo pode ser um fator adicional a ser considerado.

Os valores variam de acordo com o local e o laboratório credenciado, mas o custo médio do exame gira em torno de R$ 200 a R$ 300. Isso representa um gasto extra significativo para quem está buscando obter a habilitação, especialmente considerando que as taxas para tirar a CNH já são elevadas.

Além disso, o aumento no número de pessoas que precisarão realizar o exame, com a ampliação da obrigatoriedade para as categorias A e B, pode gerar uma sobrecarga nos laboratórios e clínicas especializadas.

Isso pode levar a um aumento nos preços, tornando o processo de obtenção da CNH mais caro para muitas pessoas, principalmente aquelas de classe média ou baixa.

As mulheres, em particular, podem sentir esse impacto, já que o número de mulheres que possuem CNH nas categorias A e B é crescente, mas ainda assim menor em comparação aos homens.

Isso implica em uma maior concentração de novos exames em mulheres que desejam obter ou renovar sua habilitação, tornando-as mais vulneráveis a um aumento nos custos totais.

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Impactos na mobilidade e na inclusão social

Essa ampliação do exame toxicológico não afeta apenas os custos, mas também traz à tona questões de mobilidade e inclusão social.

A obrigatoriedade do exame toxicológico pode criar uma barreira adicional para quem está em situação de vulnerabilidade social, dificultando ainda mais o acesso ao direito de dirigir.

Mulheres de baixa renda, que já enfrentam desigualdades no mercado de trabalho e outras esferas sociais, podem ser as mais afetadas por essa medida.

A medida foi pensada para aumentar a segurança no trânsito, mas, ao mesmo tempo, ela pode criar uma realidade em que muitas pessoas, especialmente aquelas em situação econômica mais difícil, terão dificuldades em arcar com o custo do exame.

Isso pode resultar em uma maior desigualdade no acesso à CNH, um direito que, para muitos, representa a possibilidade de um futuro melhor e mais independente.

Entretanto, a medida também pode ter impactos positivos. Em um cenário de aumento da fiscalização e controle, o exame toxicológico pode contribuir para a segurança nas ruas, reduzindo o número de acidentes causados por motoristas sob o efeito de substâncias ilícitas.

Mas, é claro, o equilíbrio entre segurança e acessibilidade precisa ser cuidadosamente avaliado.

O que esperar da nova regra do exame toxicológico?

Embora o projeto de lei que amplia a obrigatoriedade do exame toxicológico já tenha sido aprovado, ele ainda depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.

O presidente pode sancionar o projeto integralmente, vetar partes específicas ou até barrá-lo completamente. Portanto, ainda há incertezas quanto à aplicação dessa nova regra.

A medida é polêmica, mas tem o objetivo de promover mais segurança no trânsito. Contudo, os motoristas, especialmente as mulheres e aqueles em situação de vulnerabilidade, devem se preparar para a possível elevação nos custos para obter ou renovar a CNH.

Para que essa mudança seja benéfica, é essencial que o governo esteja atento ao impacto econômico da medida, buscando formas de tornar o processo acessível a todos.

Em resumo, a nova exigência do exame toxicológico para todas as categorias de CNH tem gerado muito debate e traz consigo desafios significativos para motoristas de diversas classes sociais.

Mas, ao mesmo tempo, ela pode representar uma melhora na segurança viária e uma adaptação necessária para os novos tempos. Vamos aguardar para ver qual será o impacto real dessa mudança e como ela afetará os motoristas brasileiros.

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