Cirurgias plásticas proibidas no Brasil existem e você precisa saber

Vivemos na era da perfeição estética. Com um clique no Instagram, somos bombardeados por corpos e rostos que parecem ter sido esculpidos por deuses. A medicina estética, por sua vez, nunca ofereceu tantas soluções: lipoaspiração, silicone, harmonização facial… a promessa é a de que qualquer insatisfação com a sua aparência pode ser corrigida com uma cirurgia.
A sensação é a de que não existem mais limites. Se você tiver dinheiro, parece que pode comprar o corpo dos seus sonhos, peça por peça. A busca por essa perfeição se tornou uma obsessão para muitos, que acreditam que qualquer procedimento está disponível, bastando encontrar o profissional certo.
Mas, e se eu te dissesse que existe uma fronteira, uma linha vermelha que separa a estética da loucura? E se existissem procedimentos considerados tão perigosos, tão próximos da automutilação, que são proibidos ou veementemente condenados pelos conselhos de medicina no Brasil?
Prepare-se, pois você está prestes a conhecer as cirurgias do “açougue” da beleza, aquelas que os bons médicos se recusam a fazer.
A ‘tortura’ para crescer: o alongamento de pernas que pode te deixar aleijado
Este é, talvez, o procedimento mais extremo e perigoso de todos. A cirurgia de alongamento ósseo para fins estéticos é uma técnica brutal, originalmente criada para corrigir deformidades graves ou grandes diferenças de comprimento entre as pernas.
- Como funciona? O médico, literalmente, serra o osso da perna (fêmur ou tíbia) ao meio. Um aparelho fixador externo é instalado, e, dia após dia, ele vai afastando as duas partes do osso, milímetro por milímetro, forçando o corpo a criar osso novo no espaço vazio.
- Por que é proibido? O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) condenam veementemente seu uso para fins puramente estéticos. O risco de complicações gravíssimas é altíssimo, incluindo lesão permanente de nervos, infecções, trombose e a não consolidação do osso, o que pode deixar a pessoa permanentemente aleijada. É uma troca que simplesmente não vale o risco de ganhar alguns centímetros de altura.
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A ‘bomba-relógio’ do PMMA: o preenchimento barato que pode necrosar seu corpo
O preenchimento com PMMA (polimetilmetacrilato) é o protagonista dos piores pesadelos de quem fez procedimentos estéticos que deram errado.
- O que é? O PMMA é, basicamente, um tipo de plástico, um acrílico em forma de microesferas.
- Por que é proibido? Embora seu uso em quantidades mínimas seja permitido pela Anvisa, o uso em grandes volumes (para preencher glúteos ou coxas, por exemplo) é condenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Por ser um corpo estranho que o organismo não absorve, ele pode causar inflamações crônicas, deformidades, necrose do tecido e embolia pulmonar, que pode ser fatal. É uma verdadeira “bomba-relógio” dentro do seu corpo.
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O ‘crime’ da ninfoplastia em menores: a proibição que protege as adolescentes
A ninfoplastia, ou labioplastia, é a cirurgia íntima para a redução dos pequenos lábios vaginais. A procura por esse procedimento cresceu muito entre as jovens, impulsionada por padrões estéticos irreais.
- Por que é proibido? Diante do aumento da demanda, o CFM publicou uma resolução que proíbe terminantemente a realização desta cirurgia em menores de 18 anos por motivos puramente estéticos. A justificativa é que o corpo da adolescente ainda está em desenvolvimento. A cirurgia só é permitida em casos raros, quando há um problema funcional ou médico comprovado, e nunca para atender a uma simples insatisfação estética. É uma medida para proteger as jovens da pressão e da banalização de procedimentos invasivos.