A dor passa, mas o estrago fica! Esse é o problema do anti-inflamatório

Aquela dor de cabeça chata, a dor nas costas que não te deixa em paz, a cólica menstrual… qual é a sua primeira reação? Para milhões de brasileiros, a resposta está em um comprimido: um anti-inflamatório. Ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida… eles são os heróis da nossa caixinha de remédios, o alívio rápido e fácil que parece inofensivo. Afinal, todo mundo toma.

Contudo, por trás desse alívio momentâneo, se esconde uma verdade assustadora, um perigo silencioso que pode estar destruindo seus rins, tijolo por tijolo, sem que você sinta absolutamente nada.

Médicos e nefrologistas estão em alerta máximo: a automedicação e o uso frequente desses remédios, vendidos livremente nas farmácias, é uma das principais causas de lesão renal crônica no Brasil.

O que você não sabe é que o mesmo mecanismo que alivia a sua dor está, ao mesmo tempo, “estrangulando” a circulação de sangue nos seus rins.

É um veneno de ação lenta, e quando os sintomas finalmente aparecem, pode ser tarde demais. Mas quais são os vilões mais comuns e como eles operam essa destruição silenciosa?

Os assassinos silenciosos da sua farmácia

Eles têm nomes diferentes, mas pertencem à mesma família perigosa: os Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs). São alguns dos remédios mais populares do mundo, e é exatamente aí que mora o perigo.

Os mais comuns que você precisa conhecer:

  • Ibuprofeno (marcas como Advil, Alivium)
  • Diclofenaco (marcas como Cataflam, Voltaren)
  • Nimesulida (marcas como Nisulid, Scaflam)
  • Naproxeno (marcas como Flanax)
  • Cetoprofeno (marcas como Profenid)

O problema não é tomar um comprimido esporadicamente, mas sim o uso crônico, aquele “todo dia um pouquinho” para a dor nas costas, ou o uso por vários dias seguidos para uma inflamação, sem qualquer orientação médica.

Veja mais: Sua ansiedade tem um ‘botão de desligar’ – remédio caseiro que custa centavos

Como eles destroem seus rins (a explicação aterrorizante)

Para entender a destruição, é preciso entender a mágica. Os anti-inflamatórios funcionam bloqueando a produção de substâncias chamadas prostaglandinas, que causam dor e inflamação. O alívio é quase imediato.

Contudo, essas mesmas prostaglandinas têm outra função vital no corpo: elas mantêm as artérias dos rins bem abertas, garantindo um fluxo de sangue saudável para que eles possam filtrar as impurezas.

Quando você toma um AINE, você bloqueia essa proteção. O resultado é uma diminuição drástica da irrigação de sangue nos rins. É como tentar regar um jardim com uma mangueira dobrada. A curto prazo, isso pode causar uma lesão renal aguda.

A longo prazo, o uso contínuo vai “matando” partes do rim aos poucos, criando cicatrizes e levando a uma perda de função que é, muitas vezes, irreversível.

Estudos são categóricos: uma revisão de pesquisas envolvendo mais de 1,7 milhão de pessoas mostrou que o uso contínuo de AINEs aumenta em 24% o risco de desenvolver doença renal crônica.

Veja mais: O ‘Big Brother’ da sua saúde: governo vai te vigiar no WhatsApp

Como se proteger: a regra de ouro

A recomendação dos especialistas é simples e direta: anti-inflamatório não é bala.

  1. Evite a automedicação: Nunca use esses medicamentos por mais de 3 a 5 dias sem falar com um médico.
  2. Conheça os grupos de risco: Se você é idoso, diabético, hipertenso ou já tem algum problema renal, o perigo é multiplicado. Para você, esses remédios podem ser veneno puro.
  3. Hidrate-se: Beber bastante água ajuda a proteger os rins, especialmente se você precisar tomar um anti-inflamatório.
  4. Busque a causa da dor: Em vez de apenas mascarar o sintoma com remédios, investigue a causa da sua dor crônica com um profissional.

Lembre-se: a doença renal é silenciosa. Quando você sente algo, o estrago já pode ser grande. A prevenção é a única arma contra este inimigo que você pode, sem saber, estar comprando na farmácia.

você pode gostar também