A traição do espelho: por que você se acha feio nas fotos?

A cena é um clássico do nosso dia a dia. Você está na frente do espelho, se arrumando para sair. Ajeita o cabelo, confere a roupa, dá aquele sorriso. Você gosta do que vê. Sente-se bonito(a), confiante, pronto(a) para o mundo.

Horas depois, em um evento, um amigo tira uma foto sua, despretensiosa. E, ao ver o resultado na tela do celular, o choque. O queixo parece torto, o nariz, maior, o sorriso, estranho. “Esse não sou eu!”, você pensa.

A pessoa na foto parece um parente distante e menos atraente de você. Toda aquela confiança que o espelho te deu se desfaz em um segundo.

Mas, e se eu te dissesse que a culpa por você se achar feio na foto não é sua, nem do seu rosto, mas de uma “traição”?

Uma conspiração silenciosa que o espelho e o seu cérebro tramaram contra você durante toda a sua vida? Prepare-se, pois a ciência tem uma explicação fascinante (e libertadora) para esse mistério, e ela vai mudar a forma como você se enxerga para sempre.

O ‘impostor’ do espelho: a imagem invertida que seu cérebro aprendeu a amar

O primeiro e principal culpado por essa confusão é o espelho. A imagem que você vê nele não é você de verdade. É uma versão invertida de você, como se fosse um carimbo.

O seu lado direito aparece como esquerdo, e vice-versa. O problema é que, de tanto se ver dessa forma, todos os dias, desde a infância, o seu cérebro se acostumou com essa imagem e a adotou como a sua “versão oficial”. Ele aprendeu a amar esse “impostor”.

A foto, por outro lado, te mostra como as outras pessoas te veem, na sua versão real e não invertida. E o seu cérebro, ao se deparar com essa imagem “estranha”, a rejeita.

Pequenas assimetrias que você nem notava no espelho (pois já estava acostumado com elas invertidas) de repente saltam aos olhos, e a sensação de estranheza é inevitável.

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A ‘sabotagem’ da câmera: como a lente e a luz te deformam

Mas a culpa não é só do espelho. A câmera do seu celular também é uma grande “sabotadora” da sua beleza. E ela faz isso de várias maneiras:

  • A Lente Grande-Angular: A maioria das lentes de celular é grande-angular, para caber mais gente na foto. Mas esse tipo de lente distorce o que está mais perto dela. É por isso que, em selfies, nosso nariz sempre parece maior do que realmente é.
  • O Ângulo e a Distância: Fotos tiradas de baixo para cima podem criar uma papada que não existe. Fotos tiradas muito de perto também deformam as proporções do rosto.
  • A Iluminação Cruel: A luz do seu banheiro geralmente é difusa e suave, o que esconde imperfeições. A luz dura de um flash ou do sol do meio-dia em uma foto, por outro lado, cria sombras que podem ressaltar olheiras, espinhas e rugas de uma forma cruel.

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Mas afinal, como os outros me veem? A verdade que liberta

Então, se o espelho mente e a foto sabota, qual é a sua aparência real? A verdade é que nenhuma das duas. A forma como as pessoas te veem no mundo real não é uma imagem estática. É um filme. É a combinação do seu sorriso, do seu olhar, dos seus gestos, da sua voz, da sua energia.

As pessoas não te veem como uma imagem congelada e invertida no espelho, nem como uma foto distorcida pela lente de um celular.

Elas veem você, em movimento, vivo, real. A “traição” do espelho, no fim das contas, é libertadora. Ela nos ensina que não devemos nos apegar a nenhuma imagem estática, pois nossa verdadeira beleza está na vida que acontece para além dos reflexos e das fotografias.

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