O “chip anti-bebês” que o SUS vai te dar de graça

Imagine nunca mais ter que se desesperar por ter esquecido de tomar a pílula. Nunca mais ter o alarme do celular apitando todo dia no mesmo horário. Imagine viver por três anos com a tranquilidade de estar usando um dos métodos contraceptivos mais eficazes do mundo, um que era, até agora, um artigo de luxo, restrito a quem podia pagar até R$ 4 mil em clínicas particulares. Esse sonho, para milhares de brasileiras, está prestes a se tornar realidade.
O Ministério da Saúde acaba de anunciar uma verdadeira revolução na saúde da mulher no Brasil. O Implanon, um implante contraceptivo subdérmico, conhecido por sua eficácia absurda e sua longa duração, será oferecido de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre deste ano.
É a chegada de uma tecnologia de primeiro mundo à rede pública, uma medida que promete dar mais liberdade e segurança para as mulheres.
A novidade é tão impactante que é considerada um dos maiores avanços na saúde contraceptiva do país em décadas. Mas como funciona esse “chip” milagroso?
Quem terá direito a ele e quão mais seguro ele é em comparação com os métodos que já conhecemos? A resposta vai te deixar chocada.
A mágica do “chip”: como funciona o implante?
O Implanon não é um chip, mas sim uma pequena e flexível haste de plástico, do tamanho de um palito de fósforo. O procedimento é simples e rápido: um médico ou enfermeiro treinado insere o implante sob a pele, na parte interna do braço, com anestesia local. A partir daí, a mágica acontece.
- Liberação contínua de hormônio: O implante libera de forma lenta e contínua o etonogestrel, um hormônio sintético semelhante à progesterona.
- Bloqueio da ovulação: Este hormônio impede que os ovários liberem óvulos. Sem óvulo, não há fecundação e, consequentemente, não há gravidez.
- Duração de 3 anos: O dispositivo garante a proteção contínua por até três anos, sem que a mulher precise se preocupar com absolutamente nada.
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A eficácia brutal: mais seguro que a vasectomia
O que torna o Implanon tão revolucionário é sua taxa de eficácia, que beira a perfeição. Ele é considerado o método contraceptivo reversível mais seguro que existe, superando até mesmo procedimentos cirúrgicos considerados definitivos.
- Implante Implanon: A taxa de falha é de apenas 0,05%. Isso significa que, a cada 10.000 mulheres usando o método, apenas 5 engravidam em um ano.
- Vasectomia: A taxa de falha é de 0,15%.
- DIU Hormonal: A taxa de falha é de 0,2%.
- Pílula Anticoncepcional: A taxa de falha, considerando o uso típico (com esquecimentos), pode chegar a 9%.
A comparação é brutal e mostra o salto de qualidade que a chegada do implante ao SUS representa.
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Quem terá direito e quando estará disponível no SUS?
O governo anunciou um investimento de R$ 245 milhões para a compra dos dispositivos. A distribuição será gradual.
- Fase inicial: A partir do segundo semestre de 2025, o Ministério da Saúde começará a distribuir 500 mil unidades. A prioridade inicial será para grupos específicos, como mulheres em situação de vulnerabilidade, jovens e mulheres no pós-parto ou pós-aborto, para evitar uma nova gravidez não planejada.
- Expansão: A meta é que, até 2026, 1,8 milhão de dispositivos sejam distribuídos, com a oferta sendo ampliada para mais mulheres à medida que os profissionais de saúde de todo o país sejam treinados para a aplicação.
O Ministério da Saúde tem até 180 dias para publicar a portaria que oficializa a oferta e detalha as regras. É um passo gigantesco para a autonomia e a saúde da mulher no Brasil.