A tela azul do seu cérebro pode ser culpa do seu trabalho

Você começa a semana e já sente o “lag”. As tarefas que antes eram simples agora parecem exigir um esforço monumental. Sua mente parece ter mil abas abertas ao mesmo tempo, o “processador” está lento e a “memória RAM” parece nunca ser suficiente. A sensação é a de que seu sistema operacional interno está travando.
Para tentar resolver, você faz o que faria com um computador lento: tenta forçar a máquina. Toma mais café, dorme menos, trabalha mais horas, acreditando que é apenas uma questão de se esforçar um pouco mais para que o sistema volte a funcionar direito.
Mas, e se esse “lag” e essa lentidão forem, na verdade, o sinal de que seu sistema está superaquecido e prestes a dar um crash total? E se o seu cérebro, sobrecarregado pelo estresse crônico e pela pressão do trabalho, estivesse se preparando para exibir a sua própria e aterrorizante “tela azul da morte”?
Esse colapso tem um nome, é uma doença ocupacional reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e afeta 1 em cada 3 brasileiros: a Síndrome de Burnout.
Os 3 ‘códigos de erro’: como diagnosticar a pane no sistema
Identificar o burnout é crucial para evitar o colapso completo. Ele não é apenas cansaço, mas uma pane geral que se manifesta através de três “códigos de erro” principais. Veja se o seu sistema está emitindo algum deles:
- ‘Bateria em 0%’: a exaustão que não recarrega. Este é o erro mais grave. É um cansaço que não melhora com uma noite de sono, nem com o fim de semana, nem mesmo com uma semana de férias. Sua “bateria” está tão esgotada que atividades simples, como levantar da cama ou tomar banho, parecem tarefas impossíveis de serem executadas.
- ‘Modo de segurança’: o cinismo e a desconexão. Seu sistema, para poupar energia, entra em uma espécie de “modo de segurança”. Você se torna apático e cínico em relação ao trabalho. As tarefas perdem o sentido, você se distancia emocionalmente dos seus colegas e dos objetivos da empresa. Você está lá, mas não está conectado.
- ‘Arquivo corrompido’: a sensação de ineficácia. Você começa a sentir que seu próprio “software” está com defeito. Sua produtividade despenca, você comete erros que não cometia antes e se sente profundamente incompetente. A autoconfiança profissional é corroída, e a sensação é a de que você não é mais capaz de realizar seu trabalho.
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Mas isso não é um ‘bug’ do sistema (depressão)? A diferença crucial
Muitos confundem o burnout com a depressão, mas a origem do “bug” é diferente. A depressão pode ser vista como uma falha mais profunda do “sistema operacional”, afetando todas as áreas da sua vida.
O burnout, por outro lado, é um “crash” causado por um “software” específico que está consumindo todos os seus recursos: o seu trabalho. O problema é exclusivamente ocupacional.
Se, ao se afastar do ambiente de trabalho, você sente uma melhora significativa, o diagnóstico provavelmente é burnout.
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O ‘reboot’: como ‘formatar’ a rotina e instalar um sistema mais saudável
Para sair da “tela azul da morte” do burnout, não adianta apenas “reiniciar” o sistema com um fim de semana de descanso. É preciso fazer um “reboot” completo na sua relação com o trabalho e com você mesmo.
- Instale um ‘firewall’: A primeira etapa é estabelecer limites. Aprenda a dizer “não”, a respeitar seu horário de trabalho e a se desconectar de verdade quando o expediente acaba. Crie uma barreira de proteção entre sua vida profissional e pessoal.
- Rode um ‘scan’ completo: A psicoterapia é a melhor ferramenta para “escanear” seu sistema, identificar os “vírus” (gatilhos de estresse) e corrigir os “bugs” (padrões de comportamento) que te levaram ao colapso.
- Desligue para ‘esfriar’: Assim como um processador, seu cérebro precisa de momentos de inatividade para não superaquecer. Tenha hobbies, encontre amigos, pratique esportes. Crie “válvulas de escape” que não tenham nenhuma relação com produtividade ou trabalho.
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