Dor de cabeça que não passa? O dentista pode ter a resposta

Quem nunca sofreu com uma dor de cabeça persistente, difícil de aliviar mesmo com o uso de analgésicos? Embora muitos associem o problema ao estresse, à insônia ou até a problemas de visão, há uma causa menos óbvia, mas bastante comum: a origem odontológica.
Distúrbios na boca e na mandíbula podem estar diretamente ligados a essas dores crônicas e recorrentes. Problemas como bruxismo, alterações na mordida e inflamações dentárias podem ser os verdadeiros vilões por trás do desconforto, e muitas vezes passam despercebidos.
Se você sofre com dores frequentes na cabeça, pode ser a hora de olhar com mais atenção para a sua saúde bucal. E é aí que o dentista entra como peça fundamental para o diagnóstico e o alívio do problema.

Quando a dor de cabeça vem da boca: as causas mais comuns
Segundo o Dr. Guilherme Lima, coordenador do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera Vila Mariana, dores de cabeça recorrentes podem ter relação direta com disfunções na articulação temporomandibular (ATM) e com o bruxismo.
A ATM conecta a mandíbula ao crânio, e qualquer alteração nesse sistema pode gerar tensão muscular, irradiando dor não apenas para a cabeça, mas também para o pescoço, nuca e até os ombros. Já o bruxismo, caracterizado pelo apertamento ou ranger dos dentes durante o sono, sobrecarrega os músculos faciais e é um dos grandes responsáveis por essas cefaleias de origem odontológica.
Além disso, infecções dentárias — como cáries profundas, abscessos ou problemas nos dentes do siso — também podem provocar dores irradiadas, que se confundem com dores de cabeça tradicionais, dificultando o diagnóstico correto.
Os sinais de alerta que indicam origem odontológica
Para saber se sua dor de cabeça pode ter relação com problemas bucais, é importante ficar atento a alguns sintomas típicos:
- Dores que surgem ou se intensificam ao acordar;
- Sensação de pressão na mandíbula ou dificuldade ao mastigar;
- Estalos ou travamentos ao abrir e fechar a boca;
- Sensibilidade excessiva nos dentes;
- Dor persistente que não melhora com o uso de analgésicos comuns.
Segundo o Dr. Guilherme Lima, esses são sinais importantes de que a dor pode não ter origem apenas neurológica ou tensional, mas sim odontológica — e exigem avaliação profissional para um diagnóstico correto.
Quando procurar o dentista: a importância do diagnóstico precoce
Muitas pessoas demoram a buscar ajuda especializada, tentando controlar a dor apenas com medicamentos. No entanto, quando a dor sempre retorna ou piora, é fundamental procurar um cirurgião-dentista para uma investigação mais detalhada.
“O dentista é o profissional capacitado para avaliar se existe algum fator bucal contribuindo para o quadro doloroso e indicar o tratamento adequado”, reforça o Dr. Guilherme Lima. A identificação precoce dessas alterações pode evitar que o problema se torne crônico e ainda mais difícil de tratar.
Como tratar a dor de cabeça de origem odontológica
Os tratamentos variam de acordo com a causa identificada. No caso do bruxismo, por exemplo, o uso de placas de mordida (placas miorrelaxantes) é bastante eficaz para proteger os dentes e aliviar a tensão muscular durante o sono.
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Já nos casos de disfunção na ATM ou problemas de oclusão (mordida desalinhada), o tratamento pode incluir ajustes na mordida, fisioterapia orofacial, exercícios específicos e, em alguns casos, um acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos.
Como ressalta o especialista: “A saúde bucal está totalmente conectada ao bem-estar geral. Muitas vezes, tratar um problema na boca pode significar também acabar com dores crônicas que afetam a qualidade de vida por anos.”