Será o fim do salto alto? O que essa mudança radical significa para você

Se você já se pegou escolhendo um tênis estiloso em vez de um salto alto para uma ocasião especial, saiba que você não está sozinha. Um movimento silencioso, mas poderoso, está acontecendo no mundo da moda: o abandono dos saltos altos em favor do conforto e da liberdade.
Durante décadas, os saltos foram símbolo máximo de feminilidade, elegância e poder. Mas, nos últimos anos — e especialmente após a pandemia — eles começaram a sair discretamente de cena. A pergunta que não quer calar: estamos testemunhando o fim de uma era?
Com novos valores de bem-estar, praticidade e estilo funcional dominando as escolhas, o salto fino tem perdido espaço para alternativas mais democráticas e confortáveis. E isso está reformulando não apenas a estética, mas também o significado do que é estar bem-vestida.

A pandemia acelerou uma mudança que já estava em curso
Antes da pandemia, o salto alto era quase obrigatório em festas, eventos corporativos e até no dia a dia de muitas mulheres. Mas, com o mundo em pausa, o cenário mudou drasticamente. O home office tomou conta, as roupas ficaram mais casuais e os pés, finalmente, puderam descansar.
Segundo dados do NPD Group, as vendas de salto alto caíram 65% no segundo trimestre de 2020. O motivo? Uma nova prioridade: conforto. A moda, então, passou a refletir esse novo estilo de vida, onde elegância não significa mais dor ou desconforto.
Para a psicóloga e especialista em moda Carolyn Mair, os saltos altos ofereciam mais do que altura — eles moldavam a postura e até a autoconfiança. Mas agora, a ideia de feminilidade vem sendo ressignificada por escolhas mais livres.
Assim, o que era sinônimo de glamour passou a ser visto por muitas como um peso dispensável. As mulheres estão optando por calçados que acompanham seu ritmo, sem limitar seus passos — literalmente.
Estilo e conforto agora andam juntos
O mundo pós-pandemia trouxe uma nova proposta para a moda: por que escolher entre estilo e conforto, se dá para ter os dois? Essa ideia ganhou força e abriu espaço para a ascensão de calçados como sapatilhas, tênis grossos, mocassins e salto bloco.
As pesquisas por “tênis chunky” e “sapatilhas pretas” aumentaram mais de 70% em 2023, segundo dados do setor. A clássica sandália Birkenstock também ressurgiu em colaborações com grandes marcas e virou símbolo do “quiet luxury” — o luxo discreto.
E mesmo entre os saltos, a preferência agora é por modelos mais baixos e largos, que proporcionam estabilidade e conforto. Plataformas e saltos bloco dominam coleções e vitrines, mostrando que a beleza pode, sim, caminhar de mãos dadas com a praticidade.
Afinal, a mulher moderna quer ser ouvida, respeitada e confortável — sem precisar subir num salto de 10 cm para isso. Essa nova fase da moda celebra a liberdade de escolha e o respeito ao corpo.
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Saltos ainda existem — mas perderam o protagonismo
Apesar de estarem menos em alta, os saltos altos ainda têm seu espaço — principalmente em ocasiões formais ou no universo fashion de marcas como Christian Louboutin. Porém, mesmo essas grifes reconhecem que o apetite do público agora é por variedade e versatilidade.
A verdade é que o salto alto já não é mais um item obrigatório para se sentir bonita ou poderosa. Ele se tornou uma opção entre muitas — e não o padrão esperado. Isso representa uma virada cultural importante na forma como encaramos o vestir feminino.
Essa mudança vai além da moda: reflete um novo olhar sobre o corpo, o tempo e a autonomia. A mulher contemporânea quer andar o dia inteiro, trabalhar, se divertir — tudo isso sem precisar tirar os sapatos no meio do caminho.
O futuro da moda feminina parece estar menos nas alturas e mais no chão firme. E isso não significa perder estilo, mas ganhar liberdade — algo muito mais valioso do que qualquer centímetro a mais.